Como vai ser o Mundial de Clubes em 2022?

País receberia o torneio em 2021, mas a pandemia da Covid-19 atrapalhou os planos da Fifa

Como vai ser o Mundial de Clubes em 2022?

Mundial de Clubes deve ser sediado na China em 2023 (GIUSEPPE CACACE/AFP)

O Mundial de Clubes de 2022 deve ser sediado na China, segundo o jornalista Marcel Rizzo. O torneio acontecerá somente em 2023 por conta da Copa do Mundo entre novembro e dezembro. A previsão é que a competição ocorra entre fevereiro e março.

A Fifa planejava que a China recebesse o Mundial de Clubes formado por 24 equipes em 2021. No entanto, a pandemia da Covid-19 adiou o plano da entidade. Apesar dos problemas, a nação asiática surge como favorita para sediar o torneio com sete clubes no ano que vem.

Até o momento, Real Madrid, Seattle Sounders, Wydad e Auckland City já estão classificados para a competição. Os campeões da Libertadores, da Champions League da Ásia e o vencedor do Campeonato Chinês devem completar a tabela.

Na Libertadores, Flamengo, Palmeiras e Athletico-PR são os brasileiros que lutarão para viajar à China em 2023. O trio está na semifinal do torneio da Conmebol, assim como o Vélez Sarsfield, da Argentina.

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A Fifa voltou a incluir em seu orçamento o Mundial de Clubes no formato atual, com sete participantes. O torneio reaparece no documento de 2023 depois de ter desaparecido no de 2022, o que colocou em xeque a sequência da competição realizada ininterruptamente desde 2005.

Para 2023, a Fifa estima gastos de até US$ 20 milhões (R$ 100 milhões) com a organização do Mundial com sete concorrentes, o campeão de cada continente e um representante do país-sede — o valor está em documento aprovado nesta quinta-feira (24) pelo Conselho da entidade. Isso garante ao menos mais duas edições nesse modelo, as de 2022 e de 2023.

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Como o calendário em 2022 é apertado porque a Copa do Mundo do Qatar será no fim do ano, entre novembro e dezembro, data que em tempo normais (sem pandemia, por exemplo) o torneio de clubes é realizado, é provável que a edição de 2022, com o campeão da Libertadores-2022, seja realizada em fevereiro de 2023, como ocorreu com o Mundiais de 2020 e 2021, adiados para o início do ano seguinte por causa da covid-19. Já a edição 2023 poderia ser em dezembro do ano que vem, o que faria com que tivéssemos dois Mundiais em um mesmo ano.

Para 2024 a Fifa poderia tirar do papel o Super Mundial de Clubes, com 24 participantes, com até oito europeus e seis sul-americanos. A pandemia frustrou a direção da federação internacional ao impedir a realização do Mundial remodelado que ocorreria entre junho e julho de 2021, na China. Com torneios de seleções, como a Eurocopa e a Copa América, adiados de 2020 justamente para o meio do ano passado ficou inviável estrear o novo Mundial, que ocuparia no calendário o espaço da deficitária Copa das Confederações.

A realização deste Super Mundial quadrienal depende agora de como será feita a mudança no calendário do futebol masculino, a partir de 2025. Apesar da discordância de grupos de jogadores, clubes, ligas e confederações importantes como Europa e América do Sul, a Fifa não desistiu da ideia de que a Copa do Mundo de seleções se torne bienal, a cada dois anos, e não de quatro em quatro como atualmente.

Se essa ideia sair do papel, adeus Super Mundial, que não teria espaço no calendário — ele inclusive é ignorado no relatório feito pela Fifa sobre o assunto. Esse cenário faria com que o Mundial no formato atual, com sete concorrentes, fosse mais viável e pudesse ser mantido anualmente. Se a Copa a cada dois anos não vingar, aí o Super Mundial voltaria forte à pauta e poderia sim começar a ser realizado a partir de 2024 ou 2025.

A Fifa passou a organizar o Mundial de Clubes sem interrupção e no formato com sete concorrentes em 2005, no Japão. Em 2000, no Brasil, organizou seu primeiro campeonato de clubes com oito participantes, em parceria com a empresa de marketing esportivo ISL, mas a falência do patrocinador encerrou o formato, que teria sequência em 2001 na Espanha.

São Paulo, em 2005, Inter, em 2006, e Corinthians, em 2000 e 2012, foram os únicos não europeus a ganharem o Mundial organizado diretamente pela Fifa. Na edição de 2021, disputada em fevereiro de 2022 em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, o Palmeiras perdeu a final para o Chelsea por 2 a 1.

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A direção da Fifa quebra a cabeça para achar datas para a edição 2022 do Mundial de Clubes, que por causa do calendário só poderá ocorrer no início de 2023 — a China aparece como candidata para ser sede. Mudança no sistema de disputa da Liga dos Campeões da Ásia fará com que o campeão só seja conhecido no fim de fevereiro do ano que vem, mês preferido da Fifa para a realização do Mundial.

Semifinalistas da Libertadores, os brasileiros Palmeiras, Flamengo e Athletico podem estar na competição, que já tem presença confirmada do Real Madrid (ESP), campeão europeu, do Seattle Sounders (EUA), vencedor da Concacaf (Américas do Norte e Central), do Wydad (Marrocos), da África, e do Auckland City (Nova Zelândia), que ganhou a Champions da Oceania. As semifinais da Libertadores ocorrerão entre 30 de agosto e 7 de setembro, com Palmeiras x Athletico e Flamengo x Velez Sarsfield (ARG).

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A AFC (Associação Asiática de Futebol) alterou o calendário em 2022 de seu principal torneio de clubes. Alegando que a Copa do Mundo do Qatar, que será disputada entre novembro e dezembro, atrapalharia disputa entre clubes dessa região, a definição do finalista da Ásia Ocidental, onde se concentram os times do Oriente Médio, será apenas em 10 de fevereiro de 2023.

Com isso, a decisão da competição, que classifica ao Mundial, só ocorrerá em 26 de fevereiro — o finalista da Ásia Oriental, região que concentra times japoneses e sul-coreanos, sairá já nas próximas semanas e o clube terá que esperar até o ano que vem para disputar a finalíssima.

As duas últimas edições do Mundial ocorreram não em dezembro, como normalmente acontecia desde 2005, mas em fevereiro do ano seguinte: a de 2020 em 2021 e a de 2021 em 2022, essas duas devido aos atrasos no calendário ocorridos por causa da pandemia de covid-19. Este ano o problema é a Copa do Mundo do Qatar, que obrigará o Mundial a ser, novamente, no ano seguinte.

O período ideal em 2023, para a Fifa, é o início de fevereiro, mas desta vez não se conhecerá o representante asiático até o fim desse mês. Uma possibilidade é jogá-lo em março, mas haverá confronto de datas com as oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa, que provavelmente terá a presença do Real Madrid, o representante da Europa no Mundial. Uma decisão deve ser tomada até meados de setembro.

Segundo o orçamento da Fifa, o Mundial de Clubes no formato atual, com sete participantes, está garantido por pelo menos mais duas edições, as de 2022 e 2023. Para 2024, a Fifa poderia tirar do papel o Super Mundial de Clubes, com até oito europeus e seis sul-americanos.

A realização deste Super Mundial quadrienal depende agora de como será feita a mudança no calendário do futebol masculino, a partir de 2025. A Fifa, por ora, desistiu da ideia de que a Copa do Mundo de seleções se torne bienal, a cada dois anos, e não de quatro em quatro como atualmente, o que abre brecha para o Super Mundial de Clubes se encaixar no calendário.